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Por mais que uma banda seja comentada ou louvada, conheça e tenha sua idéia a respeito dela por conta própria. Tenha o seu modo de julgar e perceba a sonoridade nos maiores detalhes possíveis. Neste ano, talvez tenha acontecido assim comigo com os escoceses já experientes do Mogwai.

Antigamente, tinha deixado passar nos ‘baciões’ da vida o disco original ‘Come On Die Young’, de 1999. Lembro que ouvi, pulando algumas faixas, e tinha achado tudo tão ‘insensível’ e ‘insosso’ demais. Não encontrei atrativos e acabei não comprando o disco por uma mísera bagatela. Julgamentos precoces/ingênuos que destroem a maioria das obras de artes difíceis de serem processadas/assimiladas.

O que me fez correr atrás da banda neste ano? Confesso que eu mesmo não sei dizer. Mas, se não tivesse feito isso, não haveria máquina do tempo para refazer meu erro. Taxados pela maioria como post-rock, confesso que nunca parei para ouvir o estilo com a devida atenção. Ou nunca sei quais são os expoentes e como se define a sonoridade.

Numa espécie de ironia, digo que, ouvir o Mogwai, deixa meu espírito em pós-estado de exaltação, felicidade e prazer. Um disco em que as palavras não se fazem necessárias, onde melodias flutuam em mares congestionados ora por batalhas de guitarras épicas, ora por calmarias tranqüilas de dedilhados/sintetizadores em nossas sinapses cerebrais. ‘Scotland’s Shame‘ é uma boa prova disso. A bateria, por vezes, é sonolenta – embora sempre hipnotizante –, e acordes de guitarras são derramados e captados por nossos ouvidos em cadências cada vez mais ousadas, dinâmicas e férteis. Exemplo claro ao escutarmos ‘I’m Jim Morrison, I’m Dead’.

Isso quando as próprias guitarras ganham motores de propulsão, adentram por paredes maciças, distorcem-se junto a uma bateria cavalar, foi exatamente o que me fez sentir bem ouvindo ‘Batcat’. E se houvesse trilha sonora para algum filme em que as imagens falassem/valessem por si só, ‘Danphe And The Brain’ seria a mais indicada. Sempre em crescentes evoluções sonoras. Com clima mais pop e batida dançante, a linda ‘The Sun Smells Too Loud’ toca sensivelmente nosso miocárdio. A boa notícia é que a banda foge da exceção de que discos longos são sempre maçantes, pois aqui, cada acorde é uma nova surpresa, a cada repeat, novas sensações, segundos reveladores em 56 minutos.

Música não precisa cair numa definição/estilo. Assim percebi com o Mogwai. Não tenho ojeriza ao nome post-rock, contudo prefiro dizer que a música precisa ser descoberta e ouvida com prazer. Esse álbum faz isso, com méritos. E o Mogwai que eu não ouvi direito há uns 8 anos atrás, ouvirei nos próximos anos. Estão gravados aqui, num pequeno livro de anotações com meus grupos preferidos.

Nota: 8,2

Artista: Mogwai
Disco: The Hawk Is Howling
Ano: 2008
Gravadora: Matador Records

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