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Bradford Cox tem sido motivo de notícia, esta semana, depois de, num concerto do Atlas Sound em Minneapolis, nos Estados Unidos, ter feito uma versão de uma hora da faixa "My Sharona", dos Knack. 

Segundo a imprensa norte-americana, o longo improviso surgiu depois de um espectador pedir, insistentemente, que Cox, também mentor do Deerhunter, tocasse aquela canção. 
 
O episódio - que incluiu apelos ao público para que levantasse e abanasse as cadeiras - foi noticiado por vários blogues e publicações, de forma que não agradou ao músico, que telefonou para a redação do site pitchforkmedia para dar conta do seu descontentamento. 
 
Segundo o site, Bradford Cox falou, sem interrupções, durante 27 minutos, sobre o sucedido. 
 
"Não é a mesma coisa que a porra da Lana Del Rey incrustar um crucifixo invertido na bochecha e defecar sobre si mesma no palco do [festival] Bonnaroo", protestou o artista, defendendo o direito a fazer o que bem entender em palco. 
 
"Foi das melhores atuações do Deerhunter desde que começámos. Já ninguém se permite libertar-se. Se as pessoas acham que isto é assustador, então deviam pensar bem na mediocridade que andam seguindo", defende. 
 
"O que é triste é que já não há nada que possa acontecer frente a 400 pessoas. Agora tem de que estar tudo na internet e ser imensamente divulgado. Isso intimida as pessoas. Se calhar é por isso que andam mais inibidas no palco. Faz com que se auto-censurem", pondera. "As pessoas pensam que eu sou maluco porque não quero saber se alguém põe [os vídeos] na internet ou o que é que sou. Não uso o Twitter, só urino da boca. E depois as pessoas vão à procura de sementes nas fezes". 
 
"As pessoas dizem: ai, ele está maluco, está fritando. Eu não quero saber. As pessoas têm de ser elas mesmas. É só um concertozinho punk", argumenta. "É irritante que as pessoas achem o teu comportamento interessante, quando só está sendo você mesmo. Estou numa zona negra, à procura de algum humor". 
 
Entre outras declarações marcantes de Bradford Cox, citadas pela pitchforkmedia, destaque para: "Sou um terrorista. Como homossexual, a minha missão é sodomizar a mediocridade" ou "Mas esse pessoal nunca viu o Deerhunter? Nunca houve um concerto de Deerhunter ou Atlas Sound sem improviso".
 
(Pitchfork/Blitz)

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