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Teenage Fanclub - Grand Prix

Eu ouço um álbum simples e bacanudo. Mais que isso, escrevo uma resenha de “Grand Prix”. Enquanto o Teenage Fanclub não vem... Eu aproveito meu tempo ocioso para fazer listas referentes aos produtos culturais do ano que se passou.

Muito já foi falado, mas não custa nada repetir: Teenage Fanclub vem pela primeira vez ao Brasil. Três datas estão confirmadas em São Paulo e uma no Recife, há possibilidade ainda de um show em Goiânia e desde já faço votos que Belo Horizonte entre nessa jogada.

Mas enquanto o Teenage Fanclub não vem... Eu ouço um álbum simples e bacanudo como um clubinho de adolescentes. Mais que isso, escrevo uma resenha para o gracioso petardo:

“Indie que é indie sabe que o Teenage Fanclub não é uma boy band”, disse uma amiga minha certa vez. É possível ir além e ser ainda mais indie: discutir com plena seriedade se o melhor álbum do quarteto escocês é realmente o Grand Prix (Geffen, 1995). Ou até mesmo deixar de ir pra alguma praia no reveillon com o intuito de economizar dinheiro para ir ao provável show dos caras no Brasil. Se os rapazes quarentões e suas músicas fofinhas não aportarem por aqui em Março, eu ficarei triste e ouvirei este CD. “I´ve always said fuck when I tought I could”, frase da perfeita “Verisimilitude”, resumiria bem meus sentimentos. Se alguém tentar me convencer que o álbum de estréia (A Catholic Education, 1990) é o mais bacana, eu ficarei desconfiado e ouvirei este CD. Não encontrei uma frase até agora para expressar esse sentimento. Grand Prix, por outro lado, tem uma frase certinha para cada um.

O TF tece um tratado ao pop, uma ode à simplicidade, das letras sinceras às melodias bonitas o que se ouve é uma singeleza pop imersa em guitarras. Guitarras, letras e melodias responsáveis por uma textura sonora que, por assim dizer, lembra o conforto e o alento do macio lençol da cama do ouvinte. Paradoxalmente, pode nos convencer de que a vida é bem mais simples do que aparenta. Nos deixa com o pressentimento de que ficar de forma pachorrenta com a cabeça numa almofada torna tudo menos prazeroso. E mais complexo. E menos divertido.

Tamanha capacidade de reconstruir corações despedaçados muda o destino de um ouvinte. E de uma banda. Ou ela se transformaria numa junta de médicos cardiologistas ou num baluarte do power pop. Pra sorte de quem pensa que uma canção de amor deve ser mais inspirada e inspiradora do que uma balada meia-boca num filme do Robin Hood, eles escolheram a segunda opção. Destaque para o apaixonante refrão “Need a crystal ball to see her in the morning/ And magic eyes to read between the lines” de “Spark´s dream”.

Simples. O amor é ainda mais simples se você imagina-lo como ele o é na faixa “I’ll make it clear”. Ele também é algo que pode ser resumido em uma frase: “It´s me for you and you for me”, da canção “I´ll make it clear”. “Neil Jung” homenageia Neil Young, enquanto “About you” me faz mexer os pés quando estou deitado na cama ou numa festinha descolada da faculdade. As canções soam como se fossem compostas sob medida para um cara que cogita a possibilidade de roubar um carro pra levar uma garota pra casa (como em “Don´t look back”). Tudo isso faz com que o tradicional “Eu te amo” soe... Simples de mais.

Enquanto o Teenage Fanclub não vem (parte 2)

Enquanto o Teenage Fanclub não vem... Eu aproveito meu tempo ocioso para fazer listas referentes aos produtos culturais do ano que se passou. Sem mais delongas, cá estão elas:

CD´s internacionais

belle e sebastian - dear catastrophe waitress
cardigans - long day before daylight
libertines - up the brackets
super furry animals - phantom power
white stripes - elephant

CD´s nacionais

autoramas - nada pode parar os autoramas
los hermanos - ventura
phonopop - já não há tempo
pitty - admirável chip novo
skank - cosmotron

Filmes

Adaptação
Durval discos
Embriagado de amor
Invasões Bárbaras
O homem que copiava

Shows

1. Coldplay no ATL HALL (Rio)
2. Los Hermanos no Porão do Rock (Brasília)
3. Wonkavision n´A OBRA (BH)
4. Super Furry Animals no TIM Festival (Rio)
5. Peaches no Joy Lounge (BH)
6. White Stripes no Tim Festival (Rio)
7. Pitty no Porão do Rock (Brasília)
8. Violins no INDIE ROCK (BH)
9. Silverchair no Mineirinho (BH)
10. Bide ou Balde n´A OBRA (BH)

E outros que sei lá por qual motivo não estão na lista: Leela em Ouro Preto, Rapture, Skylab, Nação, Autoramas e o ótimo show do Hellao no Kaiser Music.

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