Pular para o conteúdo principal
Tim Festival 2007

A última etapa do Tim Festival 2007 aconteceu em Curitiba, longe dos cancelamentos ocorridos no Rio de Janeiro ou dos enormes atrasos em São Paulo, a versão curitibana do festival foi quase perfeita, tanto pelo público, organização e principalmente pelos shows.



Por volta das cinco horas da tarde o público começava a chegar na Pedreira Paulo Leminski, um lugar excepcional para shows ao ar livre, a maioria era formada por adolescentes, e em sua maioria fãs dos ingleses Arctic Monkeys que se amontoavam nas grades em frente ao palco. Cartazes para Alex Turner, bandeiras da Inglaterra, entre outras coisas, davam sinais de que o show dos garotos seria um dos grandes momentos da noite. Porém, em festivais a variedade de bandas pode colocar públicos opostos em um mesmo local, o que nem sempre gera uma convivência, ou melhor, um respeito entre ambos. Mas quando a primeira atração subiu ao palco, os curitibanos mostraram que a palavra de ordem seria diversão, e foi o que se sucedeu do início dançante dos ingleses do Hot Chip ao encerramento apoteótico dos americanos do The Killers.



Hot Chip



Hot ChipPontualmente às 19h os ingleses do Hot Chip entraram no palco e sem demora colocaram todos para dançar, faixa a faixa o grupo levantava o público, até mesmo durante uma breve pane no sistema de som eles continuaram tocando e foram muito aplaudidos. Com faixas de seu álbum "The Warning" e utilizando instrumentos convencionais misturados aos eletrônicos, o grupo fez um bom show, os melhores momentos foram a execução de "Temptation" do New Order, "And I Was A Boy School" e o hit mais conhecido, "Over And Over", que fechou a apresentação dos britânicos.







Logo após a saída do Hot Chip a produção começou a montagem do palco da islandesa Björk, nesse momento o local já contava com um público enorme que ocupava quase toda a Pedreira, ao contrário do ano passado, a chuva ameaçou, mas não chegou, deixando uma noite extremamente agradável, o que contribuiu para que o estoque de refrigerantes se esgotasse, restando apenas água e cerveja para o público.





Björk



BjörkQuando as luzes se apagaram e a orquestra feminina de Björk subiu ao palco o público já estava delirando, quando a pequena islandesa apareceu os gritos e aplausos se multiplicaram dando início ao seu ritual musical com "Earth Intruders", faixa de seu último álbum "Volta", e sob uma chuva de papéis picados um dos shows mais aguardados da noite se iniciava.







Björk é extremamente exótica, se veste de forma diferente, dança descalça como se fosse uma criança, move-se de um lado ao outro e mostra o poder de sua voz, marca registrada da artista desde sua época no cultuado Sugarcubes, mas ela tem no palco o apoio de músicos competentes, entre eles Mark Bell, e é esse grupo que constrói a apresentação da islandesa com uma beleza pouco vista nos palcos brasileiros, tanto na parte sonora, como na parte visual.



Conforme o show prossegue o público entra no mundo de Björk, quando ela solta suas teias diante da platéia é possível ouvir a reação das pessoas que hipnotizadas viajam pela sonoridade de faixas como "Hunter", "Pagan Poetry", "The Pleasure Is All Mine", "Army Of Me" e "Bachelorette", mas o ponto alto do show ainda não havia chegado, e podemos dizer que o primeiro foi durante a execução de "Hyper-Ballad", com lasers cortando o céu curitibano a Pedreira se transforma em uma enorme festa, o público ergue suas mãos cantando e dançando num momento de extrema beleza que se encerra com a faixa "Pluto".



Depois de um breve intervalo, a cantora retorna ao palco e apresenta "Oceania", faixa executada durante a abertura dos jogos olímpicos na Austrália, e assim como nos outros shows realizados no país, fecha sua brilhante apresentação com "Declare Independence" e dessa vez a chuva de papéis picados cai sobre o público que extasiado aplaude a performance de Björk.





Arctic Monkeys



Arctic MonkeysMesmo depois da magnífica apresentação de Björk o momento mais aguardado do festival havia chegado, com um palco simples, alguns minutos separavam o público do terremoto inglês chamado Arctic Monkeys, antes do show também era possível ver o enorme trabalho do corpo de bombeiros que a todo instante retiravam pessoas que estavam passando mal nas primeiras fileiras, em sua maioria meninas que saíam quase inconscientes nos braços dos seguranças.



Quando as luzes se apagam a histeria toma conta da Pedreira e quatro garotos sobem ao palco, o vocalista Alex Turner exibe suas espinhas, e sem demora começa sua apresentação com a faixa "Sandtrap", seguindo o mesmo set list de São Paulo, a banda continua com "This House Is A Circus", "Brianstorm", "Dancing Shoes" etc. No palco o Arctic Monkeys fala pouco com a platéia, mesmo assim é possível ver que eles estão gostando, por mais de uma vez Alex vira para seus companheiros e sorri, principalmente nas músicas em que os fãs cantam todas as sílabas em alto e bom som, o que acontece quase que na íntegra do show.



O Arctic Monkeys prova no palco que o alarde em cima da banda, desde a época em que sua demo circulava pela internet, é completamente justa. Em torno de uma hora o grupo consegue fazer um show memorável, mesmo sem colocar no set list faixas como "Mardy Bum", "Riot Van", "D Is For A Dangerous", "When The Sun Comes Down", entre outras. Alex e seus amigos mostram que o combustível da banda ainda queimará por muito tempo, e que longe dos clichês do rock, os garotos de Sheffield impressionam pela potência sonora de seus shows.



Ao vivo as faixas soam melhores ainda que nos CDs, com exceção de "The View From Afternoon" que tem um andamento um pouco mais lento, músicas como "Fake Tales Of San Francisco", "Balaclava", o hino "I Bet You Look Good On A Dancefloor" e a fantástica "Flourescent Adolescent" emocionam os fãs que pulam e cantam sem parar, até algumas daquelas meninas que estavam quase desmaiando estão de pé, outras choram, é um coquetel de histeria e energia como há tempos não se via, até mesmo durante a execução da nova faixa "The Nettles" o público vibra. O show é fulminante, em pouco tempo a banda faz o que muitas outras não fazem, mostra que simplicidade e honestidade ainda existem e funcionam no palco, e encerram sua passagem pelo Brasil com a bela "A Certain Romance". Em um local como a Pedreira Paulo Leminski podemos dizer realmente que as pedras rolaram, e a Inglaterra pode se orgulhar de seu novo "fab four".





The Killers



The KillersCom o fim do show do Arctic Monkeys muitas pessoas deixam a Pedreira, mesmo assim ela permanece lotada para a apresentação dos americanos do The Killers.







O show começa com as projeções nos telões, automaticamente a platéia é transportada para o mundo de "Sam's Town", nome do último trabalho da banda e da faixa que abre a apresentação do grupo, na seqüência "Enterlude" abre caminho para os hits, e que não são poucos, "When You Were Young", "Bones", "Somebody Told Me", "Smile Like You Mean It" e "Jenny Was A Friend Of Mine" deixam o público nas mãos de Brandon, a vibração é intensa e impressiona, pois muitos ali estavam desde o início do festival e mesmo assim pulam como se fosse a primeira banda da noite, o que se reflete no palco com um vocalista inquieto, um guitarrista alucinado e um baterista vestido de bruxo para comemorar a noite de Halloween, só o baixista que fica a estático, o que não compromete em nada a apresentação.



O único problema em relação ao set list foi a inclusão da chata "Uncle Johnny" e a ausência da fantástica "On Top", e sinceramente, mesmo sendo fã de Joy Division ficou evidente que "Shadowplay" deu uma esfriada no público.



O The Killers está apenas em seu segundo álbum, mas a banda parece ter muito mais tempo de estrada, Brandon parece tirar do messianismo do U2 sua inspiração para subir no palco, para quem assistiu aos shows no Rio e São Paulo ficou evidente que o "script" é o mesmo, pela primeira vez funciona e bem, mas duas, três vezes fazem com que a naturalidade da banda vá pelos ares.



Mas para quem viu o show pela primeira vez ele foi perfeito, fica difícil saber em qual momento ele esteve em seu ápice, se na dançante "Somebody Told Me" ou "Mr. Brightside", na potente "Where You Were Young" ou "Jenny Was Friend Of Mine", a única certeza foi o final apoteótico com "All These Things That I've Done" com Brandon apontando seu microfone para o público que respondeu de forma brilhante e encerrando esta etapa do Tim Festival 2007 de forma inesquecível!



Set List Björk



01. Intro - Brennið Þið Vitar

02. Earth Intruders

03. Hunter

04. Pagan Poetry

05. Immature

06. Hope

07. The Pleasure Is All Mine

08. Jóga

09. Mother Heroic

10. Army Of Me

11. Innocence

12. Bachelorette

13. Wanderlust

14. Hyperballad

15. Pluto



Bis:



16. Oceania

17. Declare Independence





Set List Arctic Monkeys



1. Sandtrap

2. This House Is A Circus

3. Brianstorm

4. Dancing Shoes

5. From Ritz To The Ruble

6. Fake Tales Of San Francisco

7. Balaclava

8. I Bet You Look Good On Dancefloor

9. Fluorescent Adolescent

10. Teddy Picker

11. Do Me A Favour

12. If You Were There

13. The Nettles

14. The View From The Afternoon

15. A Certain Romance





Set List The Killers



1. Sam's Town

2. Enterlude

3. When You Were Young

4. Bones

5. Somebody Told Me

6. Smile Like You Mean It

7. Jenny Was A Friend Of Mine

8. Uncle Johnny

9. Interlude

10. Read my mind

11. Bling

12. Mr. Brightside



Bis

13. Shadowplay

14. For Reasons Unknown

15. All These Things That I've Done









 

Postagens Relacionadas

Arctic Monkeys retorna aos palcos
Arctic Monkeys retorna aos palcos
Vídeo: Björk - "Blissing Me"
Vídeo: Björk - "Blissing Me"
Vídeo: Björk - "The Gate"
Vídeo: Björk - "The Gate"