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Shout Out Louds

Fechando o ano de 2007, selecionamos algumas das músicas, sem ordem de preferência, que mais nos impressionaram nesse ano. Ficaram muitas de fora, eu sei, mas listas são sempre assim: indecisas e imprecisas. O resultado final é um punhado de canções que reserva momentos de sensações diversas: alegria, melancolia, tristeza, desejo de sair correndo pela rua numa tarde chuvosa ou pedalando de bicicleta numa manhã ensolarada de domingo, ou apenas ficar deitado na cama admirando a beleza da música. Há bandas/álbuns que mereciam mais de uma canção, mas preferi ser criterioso e colocar apenas uma canção de cada banda. Alguns irão reclamar, outros irão se identificar, esperamos pelos comentários e deixem a sua listinha também.

Tonight Have To Leave It (Shout Out Louds)

O Shout Out Louds já começa seu álbum no topo, com uma canção que fala em rompimento, mas com um arranjo belíssimo, com direito a celos e um clima bem pra cima. Se a canção de abertura é sinal de um bom álbum, o Shout Out Louds cumpre a promessa.

The Weight of the World (Editors)

O que há de melhor no álbum do Editors são os momentos mais densos, The Weight of the World é a faixa em que a densidade melancólica se torna maior. Enquanto a letra cutuca para aproveitarmos a vida que temos, as guitarras vão dilacerando, partindo em dois, construindo uma muralha repleta de tristeza/beleza.

Pioneer to the Falls (Interpol)

A uma primeira audição soa estranha, parece que você não consegue adentrar na canção e nem ela parece causar qualquer espécie de arrebatamento, essa sensação não é a que se sente quando se está diante de um hit. O hit é certeiro, fácil e rápido. Mas é na dificuldade que consiste todo esse álbum do Interpol, que vai cativando aos poucos e levando à rendição, composto de um punhado de anti-hits.

Intervention (Arcade Fire)

Órgão sombrios, clima soturno. Intervention foi a primeira música de Neon Bible a aparecer na rede e já prenunciava o que estava por vir: um álbum com climas épicos/sombrios, que leva a música pop para um passeio por ambientes insólitos, mas agradáveis.

Going to a Town (Rufus Wainright)

Difícil a escolha por causa de “Do I Disappoint You?”, que é também lindíssima e desafiadora. Mas “Going to a Town” é devastadoramente linda e Rufus aproveita pra dizer que está cansadoi da America. Se alguém reclamar que prefere a primeira faixa, não há problema, ambas estão no mesmo nível.

Pleasure Songs (The Maryonettes)

Se canções pop precisam de um bom refrão, os suecos do Maryonettes demonstram que são mestres. “Pleasure Songs começa bonita e fica mais ainda na entrada do refrão. Ótimo cartão de visitas para um dos mais surpreendentes álbuns do ano a reviditar os anos 80. Hit!

Fake Empire (The National)

Já era esperado que o The National fizesse um álbum bonito, não deu outra, confirmaram as expectativas e podem ser considerados uma das melhores bandas atuais. Fake Empire tem tudo aquilo que caracterizou a música do grupo: melancolia, arranjo soberbo e os vocais graves de Matt Berninger.

Aleluia (Odawas)

Boquiaberto. Foi como fiquei quando ouvi essa canção pela primeira vez. Foi paixão a primeira vista. Foi a primeira faixa que ouvi da banda e me fez correr atrás do álbum, que no fim é um pouco aquém do que eu esperava, talvez seja a força de “Aleluia” que tenha tornado as outras faixas pequenas.

Dictionary (The Go Find)

Pouco conhecido, logo pouco ouvido e pouco falado, esse álbum da banda belga The Go Find, reserva bons momentos de indie-pop com pitadas lo-fi. “Dictionary” é das coisas mais fofas lançadas pela banda e em 2007.

All My Friends (LCD Soundsystem)

Correndo de bicicleta. A chuva vai aumentando e você vai acelerando mais e mais a noite está escura. Os músculos das pernas doem, mas você se sente bem, se sente vivo, se sente feliz. Você grita alto. Pequenos flashs piscam em seu cérebro. Você fecha os olhos e se sente muito bem e tudo parece fazer sentido. “Se eu pudesse ver todos meus amigos esta noite...”.

Incurable (Piano Magic)

Part-Monster mostra um Piano Magic estranho em relação aos seus trabalhos anteriores, abandonando o uso da eletrônica e seguindo por um caminho mais de guitarras. Seguindo pelo lado oposto, encontramos Incurable (Reprise) deslocada no álbum, justamente a melhor canção de todas, que já havia saído no EP da banda.

Ashthmatic (Windmill)

“Puddle City Racing Lights” foi um álbum que poucos ouviram com a devida atenção, assim como muitos que foram lançados esse anos, os que chegaram até mais da metade do álbum devem ter prestado maior atenção ao chegarem em “Ashtmatic”, a faixa mais bonita do álbum.

America (Laibach)

Com uma proposta bastante original, o Laibach transformou o hino de alguns países em música pop e acrescentou seus vocais guturais, batidas eletrônicas e doses maciças de ironia, como em America, um soco no estômago da dita democracia e liberdade americana. “America, the end of history, the end of time, the end of family, the end of crime”.

Nude (Radiohead)
Uma canção do Radiohead como não se ouvia há anos, capaz de fazer criar um roteiro para um filme imaginário ou para vários curta metragens, o que nãoa contecia desde Ok Computer. Apaixonante.

Love Is Dead (Brett Anderson)
Nos anos 60, os Beatles, em sua fase hippie, cantaram que tudo que precisamos é de amor. Nos 80, Ian Curtis cantou o amor como motivo da separação, enquanto Morrissey a impossibilidade do mesmo. Nos 90 Bono descobriu que o amor é uma cegueira. Nesses tempos em que diariamente algo parece morrer dentro de nós, ‘Love is dead’ vai direto na ferida, cantando a morte do amor, enquanto sorrisos imaginários brotam no rosto de pessoas de plástico.

The Bluebells (Patrick Wolf)

O garoto prodígio Patrick Wolf fez um dos melhores álbuns de 2007. Canções pop ousadas com direito a belas orquestrações e elementos diversos que decoram cada arranjo. No meio de tudo encontramos a quase épica “The Bluebells”, simples, mas cheia de adornos que entram e saem do início ao fim.

Fall Into Place (Apartment)

Melodia fácil. Dedilhados melódicos de guitarra. Batidinha dançante. Com uma fórmula simples o quase anônimo Apartment acerta a mão nujma canção pop perfeita.

Wet and Rusting (Menomena)

A uma primeira audição a música do Menomena soa impenetrável, complexa, de difícil entendimento com o ouvinte, mas aos pouco, com paciência descobrimos os seus encantos. “Wet and Rusting” é a faixa que conquista mais facilmente.

Australia (The Shins)

A primeira coisa que vem à mente ao ouvir Australia, segunda canção de “Wincing the Nights Away” é Beach Boys. Canção ensolarada com a cara do verão e mais uma pra fazer abrir um sorriso num domingo de manhã.

No Pussy Blue (Grinderman)

Com uma letra sacana e uma avalanche de guitarras sujas, Nick Cave revitaliza sua música com a alcunha de Grinderman, dando a 2007 uma canção garageira, barulhenta, “tosca” que é como uma pedrada na vidraça.

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