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Entre agosto e setembro de 1991, foram lançados alguns dos álbuns mais importantes da década de 90. Nirvana (foto), Pearl Jam, Metallica, Guns 'n' Roses, Red Hot Chili Peppers (foto), Blur que o digam...

Veja a publicação da revista portuguesa Blitz relembrando os clássicos lançamentos de 1991. Ano em que foram lançados discos memoráveis de artistas como o Nirvana, Pearl Jam, Soundgarden, Metallica, Red Hot Chili Peppers, Blur, Guns 'n' Roses, entre outros. Leia abaixo:
 
Pedimos a frase emprestada no início de "Sgt. Peppers". Cantarolando hoje, o "há vinte anos" de que fala a canção dos Beatles nos manda diretamente para 1991, mais concretamente para esses meses de agosto e setembro em que nos despedimos definitivamente dos anos 80 e em que o "som dos anos 90" tomou forma. 
 
Viajemos no tempo. No dia 12 de agosto, chegava às lojas o disco homônimo do Metallica, que passaria a ser conhecido como "o álbum negro". "Metallica" transformaria o grupo de James Hetfield e Lars Ulrich na maior força do heavy metal da década de 90. O disco que custou "1 milhão de dólares e três casamentos" venderia, só na América, 15 milhões de cópias até 2009. Nasce aqui a "instituição Metallica". E canções como "Nothing Else Matters", "Sad But True" ou "Enter Sandman" invadiriam as rádios de todo o mundo. 
 
Do outro lado do Atlântico, quatro jovens britânicos amigos da cerveja, praticamente fundavam a "britpop". Influenciados pelo shoegazing, o Blur dizia "olá" no promissor "Leisure", lançado na Inglaterra no dia 26 de agosto desse ano. Feitos maiores surgiriam nos anos posteriores, mas "She's So High", "There's No Other Way" e "Bang" têm o mérito dos pioneiros. Os anos 90 deitavam-se sobre a relva.
 
Um dia depois, de volta à América, uma banda formada não muito tempo antes daria sinal de vida. O Pearl Jam, de Eddie Vedder, lança "Ten" sem pompa nem circunstância, mas um ano depois são super-estrelas de um movimento que ainda causa urticária em muita gente (bandas associadas inclusive) - o grunge. "Even Flow" e "Alive" se tornariam hinos de uma geração. 
 
Três semanas depois, era a vez do Guns'n' Roses voltarem as atividades, quatro anos depois de "Appetite For Destruction". E não fizeram a coisa por menos: dois LPs lançados no mesmo dia e uma chuva de sucessos na MTV sem paralelo. Neste momento, parecia que não passava um mês sem um vídeo novo de Slash, Axl e companhia. E foram 9 os singles extraídos de "Use Your Illusion", disco de grande sucesso que fez o grupo embarcar para uma turnê interminável (e tumultuada) que deixou marcas bem visíveis - a ausência de novidades até 2008. 
 
No dia 24 de setembro, o Nirvana "surgia" com estrondo. "Nevermind", segundo álbum do trio constituído por Kurt Cobain, Krist Novoselic e Dave Grohl, tão rapidamente chegou às lojas como desapareceu: as cópias que a Geffen pôs à venda não chegaram para as encomendas e, em breve, estava encontrada a banda que marcaria o rock da década de 90 - e o seu mártir, Kurt Cobain. Na sombra de canções vigorosas e de uma banda que prometia ser "séria", toda uma geração pediu emprestado o perfume de "Teen Spirit" e vestiu camisas de flanela. 
 
No mesmo dia, os já experientes Red Hot Chili Peppers lançavam "Blood Sugar Sex Magik", o álbum que popularizaria "Give It Away" e "Under The Bridge" e que cimentaria o "som RHCP" que vigora até hoje. Sob supervisão de Rick Rubin, o Red Hot Chili Peppers juntava em quase 74 minutos elementos de funk, rock e metal e geravam, finalmente, aclamação universal. 
 
Esta viagem no tempo só tem visto para 60 dias, mas se nos deixássemos ficar até ao fim do ano, ainda encontraríamos o Soundgarden de "Badmotorfinger", o Primal Scream de "Screamadelica", o My Bloody Valentine de "Loveless" e o U2 de "Achtung Baby" . Não foi um mau ano, foi?
 
Curiosamente, muitos desses artistas estiveram ou estarão no Brasil esse ano. Dos irlandeses do U2 e sua turnê monstruosa no início do ano até as futuras apresentações do Metallica, Guns 'n' Roses e Red Hot no Rock In Rio. Chris Cornell (Soundgarden) no SWU. Pearl Jam e Primal Scream em apresentações solo.
 
Há vinte anos a história que estamos vendo hoje estava sendo escrita...e ainda não terminou.